Sentei em uma cadeira distante de você.
Meus sonhos pareciam tristes demais para compartilhar.
Você não me viu.
Usava um agasalho vermelho, que combinava com seu tênis surrado de passeio.
Tinha andado bastante para chegar ali.
Respirava calmamente, corrigindo os pulmões cansados.
Me senti infantil, ao me apaixonar por você de costas.
Seu agasalho vermelho dançava o ritmo dos ventos.
Você sorria, chutando areia do parquinho daquela praça.
O sol reluzia fraco entre as folhas das árvores.
Eu me mantinha inquieto. Desesperançoso.
Contava nos dedos as possibilidades.
Havia sonhado sobre uma viagem longa com você.
Sutil. Beirando a infância. Singelo. Respeitoso. E acima de tudo afetuoso.
Você estava conversando com sua música favorita. Cantarolava baixinho, associando-a com assovios longos.
A natureza conspirava a favor de sua beleza.
Seus lindos cabelos castanhos, mais pareciam tronco de árvore.
E seu sorriso límpido e inocente, transpassava a paz que sempre busquei em vida.
Você era minha. Por quê parecia mútuo.
Você tropeçou em algo.
Corri para socorrê-la. Você ficou sem graça. Explicando o que aconteceu.
E depois de muito tempo. Ainda agradeço seus cadarços desamarrados.
Você ganha um doce imaginário para cada sonho que permanece vivo contigo. Resiliência e afeto são os combustíveis dos dias. Resista, mesmo sob efeito de dúvidas. Mostre-se. Armado de ideias. Despretensiosamente livre ou acompanhado de seus próprios fantasmas. Seja!
14 de setembro de 2016
10 de setembro de 2016
Primeiramente
Resto.
Rosto.
Rosna.
Reis.
Reis decidem sobre o mundo.
E eu, tão incerto e tão pequeno.
Sei apenas, sobre tudo que o mundo me mostrou.
Meu rosto rosna aos tiranos.
O que me resta?
Apenas uma resposta:
O mundo lhe faz escolher entre os motivos:
Alguns tentam conquistar o mundo por qualquer motivo.
Eu só quero um bom motivo para sorrir.
8 de setembro de 2016
Recordações
Tem laços, fitas e cores diversos.
Mais parece festa adolescente recheada de bobagens.
Sutilezas disfarçadas de descobertas.
Música lenta. Algodão doce. E balões.
A lona que cerceia meu coração divide-se.
Alimenta e é alimentado.
Os muitos artistas e suas próprias estórias moldam sua forma.
Descansam lá embaixo, se assim precisarem.
Treinam. Amparam. Curam. Rejuvenescem. E se vão.
E no final das coisas o que fica, entre o sótão e a lona, é o que você levou de mim.
[ e a sua cor a brilhar em mim.
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